quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

O que é a Onda da Vida?

Onda da Vida é o momento em que há rendição total do Ser. Do mesmo modo que um artista que irá pintar, ela pode se expressar na poesia, na música, na dança. A Onda da Vida acontece nesses momentos. É justamente durante o trabalho de criação que Ela pode se manifestar integralmente. Há artistas conhecidos que descreveram Isto. Hoje, esses artistas podem, particularmente, senti-la tão profundamente, pois são absorvidos, de alguma forma, pelo ato criativo. A Onda da Vida se manifesta para eles, exatamente neste momento.

E ISTO pode acontecer exatamente conosco, pois também temos ISTO na vida e assim também estamos disponíveis para surfar na Onda da Vida.

Não há mais tempo para limitar ou restringir a Luz em cada um, principalmente nos momentos privilegiados, quando estamos Alinhados, quando estamos conectados em meditação, ou em oração.

Cada minuto da vida, de hoje em diante, devemos nos exprimir pela Onda da Vida. Somos a Onda da Vida, portanto todos devem, cada vez mais (e isso é natural), habituarmos a deixar exprimir, em cada um, o que é o mais espiritual, o mais elevado.

Trata-se de uma negação a individualidade e a personalidade. Negação ao ego e ao que é limitado. "Não" ao que reage sem parar, assim que há a menor contrariedade. Porque, em última análise, é sempre o ego que reage.


Se nós percebermos, antes de falar, antes de reagir, antes de ficar com raiva, e permanecer (alguns breves instantes, algumas respirações, alguns minutos, não importa) à escutar a Onda da Vida (não para buscá-la, sem constrangimento, mas simplesmente aí, no Aqui Agora, a Onda da Vida pode fluir em vocês.

E, naquele momento, tudo o que vocês expressarem, tudo o que vocês manifestarem, será procedente da Onda da Vida que vocês são. E não da personalidade que vocês crêem ser. É um aprendizado que vai ocorrer naturalmente.


Simplesmente, entre no campo da observação sobre o que acontece, alguns segundos, alguns minutos (qualquer que seja o tempo que isso dure), e o mais importante: jamais julguem. Porquê, o menor ato, a menor pessoa, o menor elemento que vocês julgarem, vocês se auto-condenam, e afastam a Onda da Vida de vocês mesmos.

Porque, mesmo se alguma coisa lhes parecer aberrante e lhes parecer injusta, em última análise, quem vê a situação? É sempre o mental. É sempre a personalidade.

Mas a Onda da Vida, é natural. A única coisa que não pode extingui-lo, mas que o afasta, temporariamente, é o julgamento.

Então, por mais que vocês digam que vocês são amor, que vocês amam todo mundo, pode ser uma falsidade, pois se houver o menor julgamento, se vocês condenarem quem quer que seja, vocês se condenam a si próprios.


Pergunta: eu me sinto disperso, particularmente nas minhas atividades criativas. Isso atrapalha a realização da minha missão?

A única missão para realizar é viver a Onda da Vida.
Vocês não são os autores, muito menos a sua identidade.
Vocês não são a menor das suas projeções no exterior.

Isso não quer dizer que é preciso ficar como um vegetal: sentar e, então, esperar.

O que você denomina esta noção de estar disperso (fragmentado) é apenas uma visão limitada do que nós chamamos de Deslocalização ou Separação.

O que acontece?

Se vocês adotam o ponto de vista da personalidade, vocês dizem: “como, eu não posso mais fazer o que eu estava prestes a fazer; eu não posso mais realizar a minha missão?”.

Não há missão.
Não há evolução.
Há, apenas, que ser esta Onda da Vida.

Agora, vocês são livres para não ser a Onda da Vida, para desviar-se disso, para acreditar que há um combate entre os ímpios e os gentis, acreditar que há um papel (uma função) a realizar sobre esta Terra.

A Onda da Vida é tudo, exceto isso.


[O.M. AÏVANHOV] adaptado

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Real natureza desta mente


Na realidade não há nada de especial na mente, não há nada na mente. Ela é simplesmente radiante em si mesma e por si só. É naturalmente pacífica. 
Por que é que a mente não está em paz agora mesmo? Provável devido se perder nos humores contagiantes. Não há nada específico na mente. Ela simplesmente permanece no seu estado natural, é só isso. O fato de a mente se sentir em paz umas vezes e outras sem paz é porque fica iludida por esses falsos humores. 
Na mente não treinada falta sabedoria. Os humores chegam e iludem-na com estados de prazer num minuto e de sofrimento noutro. Alegria e depois tristeza. Mas o estado natural da mente de uma pessoa não é de alegria ou tristeza. Essa experiência de alegria ou tristeza não é a mente em si mesma, mas apenas os humores que a iludem. A mente se perde, levada por esses humores sem fazer ideia do que se passa. E como resultado, experiencia prazer ou dor porque a mente ainda não está treinada. Ela não é ainda muito sábia. E nós continuamos a pensar que a nossa mente está a sofrer ou que a nossa mente está alegre quando, na realidade, está apenas perdida nos seus vários humores.


quarta-feira, 30 de outubro de 2013


A Competição junto à Irrelevância de Deus

O nosso mundo é um mercado. Todos a chamar a atenção, e a tentar convencer os outros de que o que vendem é necessário para se ter uma vida boa. Somos informados a toda a hora do que precisamos para sermos felizes: um micro-ondas, um computador, umas férias nas Caraíbas, o último sabonete. E é tentador para a religião vir também para o mercado apregoar com os outros concorrentes: 

"Precisais da religião para serdes felizes, bem sucedidos e até mesmo para serdes ricos!"

Uma das razões para a explosão das seitas na América Latina é que elas prometem riqueza. E é assim com a maioria das religiões, que estão lá para apregoar o que é importante para a vossa vida. Yoga esta semana, aromaterapia na próxima. Conseguiremos nós persuadi-los a darem uma oportunidade às nossas crenças?

Precisamos de cristãos no meio da massa, a gritar com os demais em plena azáfama do mercado, tentando chamar a atenção. Por outro lado, os mosteiros encarnam uma verdade mais profunda. Fundamentalmente, ao prestar culto a Deus não por Ele ser relevante para nós, mas simplesmente porque Ele É. 
A voz da sarça ardente proclamou: “Eu sou aquele que sou”. O que importa não é que Deus seja relevante para nós, mas que em Deus encontramos a revelação de toda a relevância, a estrela polar das nossas vidas. (...) Lá no fundo as pessoas sabem que um Deus que tem necessidade de demonstrar que é útil não é digno de ser adorado. Um Deus que tem que ter relevância não é Deus. A vida do monge testemunha a irrelevância de Deus, pois tudo o mais só é relevante em relação a Ele. As vidas dos monges testemunham isso mesmo, pela ausência de qualquer atividade particular, exceto permanecer com Deus. No centro das vossas vidas existe um vazio, como o espaço entre as asas dos querubins. Lá, podemos ter um vislumbre da glória de Deus.
[Timothy Radcliffe, op; adaptado]

terça-feira, 10 de setembro de 2013


Sem Objetivo Concreto
[Amor Divino Amor]

Acontece que, do ponto de vista humano, estamos aqui quase q por acaso. E é apenas isso que, felizmente, continuamos a "agir"

E é na ausência da construção de uma finalidade explícita, que Deus se revela Deus como a suprema finalidade secreta, "oculta", porém muito onipresente em nossas vidas. 

Deus é revelado como o centro invisível das nossas vidas quando não tentamos dar qualquer outra justificação para o que somos ou tentamos ser.

 
O essencial da vida é, justamente, estar em Deus, se conectar com esta fonte supostamente desconhecida. Jesus diz aos discípulos: “Permanecei no meu amor” (Jo. 15:10). Os monges são chamados a permanecer no seu amor.

[Adaptado de MONGES, VIDAS VAZIAS E BELEZA, 
Timothy Radcliffe, op]

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Tudo me parece bom como É


Não me reconheço ou me experimento como um ser. 
Não reconheço ou experimento os outros como seres em separado.
Sou afável com todos, porque não sinto os outros como diferentes de mim.

Convido todos a participar desta Felicidade. 
Nela existe somente Unidade, assim, como você poderia chamá-la de amor?
Não desejo nada, nem não desejo nada. Tudo me parece bom como é.

Minha verdadeira natureza é o silêncio
Permaneço sereno em meu Ser.
Aqueles que Me necessitam Me encontrarão. 
Sei também que receberei tudo aquilo de que preciso. 

Não tenho pensamentos sobre o futuro
Sei que jamais há qualquer outro momento além do presente.
A vida ao redor de mim é o meu SER. Medito neste SER com devoção.

A chama da vida está sempre acesa. Sou tanto o devoto como o objeto de devoção.
Sou, ao mesmo tempo, cheio e vazio, tolo e sábio, vigilante e adormecido. Não compreendo a mim mesmo!

Não posso Me localizar em qualquer lugar no espaço. Não posso Me experimentar em qualquer ponto no tempo.
Não existo sob qualquer forma ou aparência e, no entanto, EU SOU. Meu SER é um mistério para mim!

Percebo a beleza, mas não sou eu quem a projeta, nem ela me vem do exterior.
Beleza e bondade estão na natureza da existência, esta é a conclusão a que cheguei.

Esta forma humana tem as suas fraquezas e pontos fortes, porém sei que não sou isto. 
Portanto não estou limitado pelo corpo.
Não Me concebo como sendo isto ou aquilo. 
Portanto, não estou delimitado pelo pensamento.

Nunca experimento um estado de que não estou consciente. Portanto, não estou limitado pela ignorância.
Sei que um dia este corpo desaparecerá e todo o conhecimento do mundo terá um fim. 
Portanto, não sou confinado pelo conhecimento.

Como uma flâmula voando ao vento mostra que o vento está ali presente, este mundo revela a minha existência, porém permaneço desconhecido. Há alguma coisa de que necessito para a minha satisfação? Não! Estou contente com o meu SER.

“Eu” não sou iluminado, desperto ou auto-realizado. Não há alguém a quem essas palavras possam ser aplicadas.
Possam todos os que buscam o SER chegar a esta compreensão – que não há caminho que leve àquele que está procurando.

Possam todos aqueles que exercem práticas espirituais chegar a esta compreensão – não há nada que você possa fazer para tornar-se aquilo que você já éPossam, todos os que buscam, em todos os lugares, chegar ao final de sua busca e viver livre em paz e felizes. 

Sou um pássaro livre. Não possuo tarefas a executar nem obrigações a cumprir.

Um Pássaro Livre [Sri Ranjit Maharaj]

sábado, 24 de agosto de 2013

A Paz Que Está Além da Mente


A mente é O INSTRUMENTO que sabe. A sensação é a característica da felicidade ou infelicidade, do gostar ou do não gostar. Quando a mente se entrega a essas coisas dizemos que ela se apega ou assume que essa felicidade e infelicidade merecem ser guardadas. Esse apego é uma ação mental, essa felicidade ou infelicidade é a sensação.

Quando afirmamos que Buda nos disse para separar a mente da sensação, ele não quis dizer literalmente colocá-los em lugares diferentes. Ele quis dizer que a mente deve conhecer a felicidade e a infelicidade. Quando estamos sentados em samadhi, por exemplo, e a paz preenche a mente, então a felicidade pode vir, mas ela não nos atinge, a infelicidade pode vir, mas não nos atinge. Isto é o que quer dizer SEPARAR A SENSAÇÃO DA MENTE. Podemos compará-lo com a água e óleo numa garrafa. Eles não se combinam. Mesmo se você tentar misturá-los, o óleo permanece como óleo e a água permanece como água. Por que ocorre isso? Porque eles possuem densidades diferentes.

O estado natural da mente não é nem de felicidade nem de infelicidade. Quando uma sensação entra na mente então a felicidade ou infelicidade surge. Se tivermos ATENÇÃO PLENA então entenderemos a sensação agradável como sensação agradável. A mente que sabe não irá se agarrar a ela. A felicidade se encontra ali mas está "do lado de fora" da mente, não está enterrada dentro da mente. A mente simplesmente sabe disso com clareza.

Se separarmos a infelicidade da mente, isso significa que não haverá sofrimento, que nós não o experimentaremos? Sim, nós o experimentamos, porém sabemos que a mente é mente e a sensação é sensação. Nós não nos agarramos a essa sensação ou a carregamos conosco. O Buda separou essas coisas através do conhecimento. Ele sofria? Ele conhecia o estado de sofrimento mas não se apegava a ele, dessa forma dizemos que ele extirpou o sofrimento. E também havia a felicidade, mas ele conhecia essa felicidade, quando ela não é conhecida, é como um veneno. Ele não a tomou como parte de si mesmo. A felicidade ali estava através do conhecimento, mas ela não existia na sua mente. Dessa forma dizemos que ele separou a felicidade e a infelicidade da sua mente.

[Uma versão condensada de uma palestra proferida para o Chefe Conselheiro Particular da Tailândia, Sr. Sanya Dharmasakti, em Wat Nong Pah Pong, 1978]

terça-feira, 23 de julho de 2013

Deus se revela no mundo (das formas)...

Assim se revela, como um verdadeiro centro de um círculo, UM PONTO. Um ponto, no entanto, não tem dimensão nem lugar. Assim, ele escapa não apenas à nossa percepção, mas também à nossa imaginação. O ponto contém tudo, mas só em potência e não em estado manifesto. Dele nascem o círculo e a esfera, que são suas formas de manifestação. Aquilo que no ponto ainda é potência ganha através do círculo e das esferas a sua configuração.

Nossa linguagem simbolicamente reflete o fenômeno do ponto: falamos em círculo de amigos, ponto de apoio, ponto de vista, esfera de atribuições e de influência. Nossa linguagem reflete o fato de que isolados somos pontos; juntos damos origem à beleza das formas, dos círculos, das esferas. Um verdadeiro líder é um ponto a partir do qual sua equipe se organiza em figuras de harmoniosa eficácia.

Pontos alcançam sua melhor expressão em rede, no coletivo. Afinados com os novos tempos. 

O ponto e o cículo - Deus e o mundo, o Uno e o múltiplo, o irrevelável e o revelável, o conteúdo e a forma... metaforicamente, poderíamos pensar também na relação entre a semente e a planta adulta e reconheceríamos q no pequeno, na parte, já está contido o todo, uma vez q nós, seres humanos, necessitamos sempre da dimensionalidade para reconhecermos algo. Dessa forma, o homem necessita do mundos das formas visíveis para ser capaz de reconhecer nele o invisível. Precisamos assim de um corpo para ter experiências de conscientização. O mundo visível é o veículo q nos coloca em contato com o transcendental. Deus se revela no mundo

Ou nos perdemos no mundo das formas (materialismo) ou tentamos fugir do mundo das formas, com a ilusão de que “fora do mundo” pode-se encontrar a espiritualidade. Mas não podemos escapar do mundo, pois ele existe somente em nossa consciência. Devemos, portanto “utilizar” o mundo na nossa caminhada para o centro, para a redenção da unidade, do ponto. Utilizar o mundo significa viver nele, defrontar-se conscientemente com ele, trabalhar nele, brincar nele, dançar com ele, servindo-se dele como um recurso para encontrar o ponto que unifica a multiplicidade.

A lei do mundo é o movimento, a lei do centro é a quietude. Viver no mundo é movimento, atividade, dança. Nossa vida é um dançar constante ao redor do centro, um incessante circundar o Uno invisível ao qual nós, tal como o círculo, devemos nossa existência. 

[Thorwald Dethlefsen, adaptado 1984]



quarta-feira, 19 de junho de 2013

O nível mais profundo da consciência que se pode experimentar



A consciência é parecida com o rolo de um filme. esse rolo de filme é feito de vários quadros com um pequeno espaço entre eles.

Quando olhamos para fora, estamos assistindo vários filmes em nossa mente. Não vemos o intervalo entre esses cenários, apenas ouvimos, sentimos o cheiro, o gosto, o toque, etc. Na verdade, não os vemos, porque nossa mente é muito lenta. A mente é muito vagarosa. É como se cada um desses fragmentos passasse ao mesmo tempo, instantaneamente. Então, surge a ilusão de um mundo sólido, a ilusão de um “eu” presente que está experimentando algo. É uma ilusão muito inteligente, mas profundamente enraizado na mente.

É o nível mais profundo da meditação vipassana. Ver a realidade como ela é. Ver como nos apegamos aos objetos dos sentidos, como nos apegamos ao sentido da existência do “eu”, que basicamente nos leva a fazer tudo o que fazemos na vida. A acreditar em tudo. Porque toda a vida é levada pelo sentido do “eu”.

A nossa experiência possui 03 aspectos: o “conhecedor”, que é a sensação do “eu”, e então, há o “conhecido”, que é o objeto que experimentamos. Quando se ouve um som, este é o “conhecido”, no sentido de que “estou ouvindo um som”. O “conhecedor”, com o sujeito e o objeto. Mas nós não vemos o que existe no meio. No meio está a consciência. No meio, está a consciência do “estar consciente”. Mas nós não a vemos porque a mente pula do “conhecedor” para o “conhecido”, devido ao seu apego. E estamos tão focados nos objetos do nosso apego, que não vemos o espaço existente entre eles. Não vemos o “estar consciente”. E é assim que a ilusão do “eu” surge.

E assim acontece em Vipassana, treinamos a nos desapegar do objeto. E, quando estamos prontos a nos desapegar do objeto, então a sensação do “eu” começa a se enfraquecer, mas ainda está lá. E aí devemos voltar nossa atenção para essa sensação do “eu” para ver como essa sensação surge. E podemos observar diretamente como a sensação do “eu” cresce de acordo com a dimensão do nosso apego, ou aversão. A sensação de apego parece ser bastante real e forte. Com a prática de Vipassana, começamos a deixar passar o apego e as reações aos vários estímulos e, então, a mente pode se expandir. Ao se expandir, a mente percebe que mais e mais coisas podem surgir e desaparecer sem apego e a sensação do “eu” começa a desaparecer.

Essa é uma percepção direta, uma observação direta de como a sensação do “eu” é feita de desejo. Quanto mais desejos e aversões você tem, mais forte é o sentido do “eu”. E quando você deixa passar, a sensação do “eu” começa a enfraquecer e, como o tempo, desaparece. Mas o problema que acontece com muitos meditadores é que eles conseguem deixar passar todas essas coisas, mas quando começam a se desapegar do mundo exterior, das suas sensações, percepções e pensamentos, o medo surge. Porque é basicamente como o medo da morte, principalmente o medo da morte do ego: o medo de se desapegar da sensação do “eu”, de se desapegar de pensar que o “eu” é de alguma forma real e, então, você nunca vai conseguir se livrar disso e entrar nos níveis mais profundos da meditação, porque nesses níveis mais profundos de meditação, isso parece quase como a morte, ou a morte do “ego”. 

E é por isso que a mente das pessoas é empurrada de volta para mais atividades. E elas começam, então a fazer coisas e a pensar para não perder a sensação do “eu”. Mas, se você compreender a natureza do ego, e do “eu”, então não vai ter medo de deixar passar. E, se você é capaz gradualmente de deixar passar, então você poderá experimentar uma transição completa da consciência. A consciência se transforma num tipo de experiência mais expandida e universal quando a sensação do “eu” desaparece. 


É a verdadeira liberação, porque a maior prisão é estar preso ao ego: ser um prisioneiro do “eu”, “me” e “meu” e todos os seus hábitos. Então quando se é finalmente livre dos últimos traços da sensação do “eu”, sua mente se torna livre verdadeiramente. Na linguagem do Buda, esse é o mais profundo estado de liberação. Mas é um processo gradual. Primeiro, nos liberamos do apego às coisas externas, do apego às sensações, do apego às percepções, nos liberamos da prisão das formações mentais, das ações, e por fim, o intelectual, esse último vestígio de traço do “eu” e se experimenta a verdadeira liberação do sofrimento. A superação da ilusão do ego. Esse é o nível mais profundo que se pode experimentar As Quatro Nobres Verdades.

[Bhante Rahula]

segunda-feira, 22 de abril de 2013

A Cura pela Transformação do Desejo


Os kabalistas ensinam que o propósito nesse mundo é nos transformarmos de seres EGOÍSTAS em seres que COMPARTILHAM. Fazemos isso centímetro por centímetro, camada por camada, removendo um aspecto após outro da nossa negatividade, para revelar a verdadeira natureza de compartilhar da nossa alma. 

Às vezes, os alunos me perguntam: “Como saber que realmente me transformei?”

É uma boa pergunta, porque existe uma grande diferença entre uma mudança de comportamento e uma TRANSFORMAÇÃO PERMANENTE. Você pode exercer a restrição quanto a uma necessidade egoísta, um mau hábito ou uma tendência destrutiva e se considerar mudado, mas se não tiver TRANSFORMADO O DESEJO, você não terá realmente se transformado em um NOVO SER.

Normalmente, pensamos que nosso trabalho espiritual muda comportamentos, mas a verdade é que precisamos MUDAR NOSSOS DESEJOS. 

A única vontade da nossa alma é COMPARTILHAR. Ao nos concentrarmos em como podemos expandir nossa CAPACIDADE DE CUIDAR DOS OUTROS, na verdade expandimos o desejo da nossa alma, e consequentemente diminuímos os desejos egoístas. 

Transformação permanente é quando não parece mais restrição à resistir àqueles hábitos e tendências que uma vez foram tão tentadores para nós. 

Identificar as áreas onde simplesmente fizemos alguma mudança versus transformação verdadeira pode ajudar a nos orientar sobre o passo seguinte que precisamos dar no nosso trabalho espiritual. 

Quando sentimos um anseio verdadeiro de sair de nós mesmos e ajudar os outros é que podemos dar o adeus final àquela negatividade para sempre, e assim podemos afirmar uma TRANSFORMAÇÃO PERMANENTE.

[Yehuda Berg]

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Não há absolutamente nada aqui

Precisamos praticar sem desejar absolutamente nada. Se não desejarmos absolutamente nada, o que iremos obter? Não obteremos nada! Qualquer coisa que você obtenha é ilusório e pode trazer sofrimento, portanto praticar para não obter nada é condição para se se sentir livre.


Trata-se de "esvaziar a mente". Ela está vazia, mas ainda assim em plena atividade. Esse vazio é algo habitualmente não muito fácil de entender. Não é o vazio de não ter nada, é o vazio das coisas que aqui estão e existem. No vazio entre os extremos, em cima, embaixo, não há nada, há apenas espaço vazio.

[Acesso ao Insight, adaptado]

Purificar a mente das impurezas


(...) evitar o mal, cultivar o bem, purificar a própria mente. Isso é tudo, como valiosos princípios para progredir até aquilo que é essencial e interno.
A purificação da mente, da forma como é entendida nos ensinamentos do Buda, é perseverar no esforço para limpar a mente das impurezas, aquelas forças mentais sombrias e prejudiciais, que correm por baixo da superfície do fluxo da consciência, viciando o nosso pensamento, valores, atitudes e ações. 
O trabalho de purificação é realizado no mesmo lugar em que as impurezas surgem, na própria mente e o método principal para purificar a mente é a meditação. A meditação, na concepção budista, não é nem uma busca pelo êxtase efusivo nem uma técnica de psicoterapia caseira, mas um método cuidadosamente planejado de desenvolvimento mental - preciso na teoria e eficiente na prática - para alcançar a pureza interior e a libertação espiritual. As principais ferramentas da meditação budista são os fatores mentais saudáveis da energia, atenção plena, presença e entendimento.
[Acesso ao Insight, adptado)

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