terça-feira, 24 de novembro de 2009

O eu ilusório e o Eu Real

Às vezes, ou quase sempre, é difícil a compreensão direta acerca do nosso "eu" ilusório (ego) e do nosso Eu Real. O entendimento que temos de um e do outro tornam-se limites extremos quando tentamos encontrá-los, no entanto, devemos nos esforçar na auto-investigação, percebendo que não pode haver dois "eus". Quer dizer, podem existir milhares de falsos "eus", mas que não tem, absolutamente, nada a ver com o nosso Eu Real.

Ramana Maharshi, em conversa e ensinamentos com seus discípulos, explica claramente este assunto, deixando explícito que a única Verdade é o Eu Real.


D: Quando eu procuro o "eu", eu não vejo nada.
B: Você diz isso porque você está acostumado a identificar o seu eu com o seu corpo e a sua visão com os olhos. O que existe para ser visto? E por quem? E como? Existe apenas uma Consciência e Esta, quando se identifica com o corpo, projeta a si mesma através dos olhos e vê os objetos a sua volta. O indivíduo está limitado ao estado de vigília; ele espera ver algo diferente e aceita a autoridade dos seus sentidos. Ele não vai aceitar que aquele que vê, os objetos vistos e, o ato de ver, são todas manifestações da mesma Consciência - o "Eu-Eu". A prática da meditação ajuda a superar a ilusão de que o Eu Real é alguma coisa (objetiva) para ser vista. Na verdade, não há nada para ver. Como você se reconhece agora? Você precisa de um espelho na sua frente para reconhecer a si mesmo? A consciência em si é o "eu". Realize-a e isto é a Verdade.

D: Quando eu investigo a origem dos pensamentos há a percepcão do "eu", mas isso não me satisfaz.
B: Exatamente. Isso acontece porque essa percepção de "eu" está associada a uma forma, talvez a forma do corpo físico. Mas nada deveria ser associado ao Eu Puro. O Eu Real é a Realidade Pura em cuja luz brilha o corpo, o ego, e tudo mais. Quando todos os pensamentos são aquietados sobra apenas a Pura Consciência.

Livro: Os Ensinamentos de Ramana Maharshi em Suas Próprias Palavras
Editora Advaita (Arthur Osborne)

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Bhajan: Beloved Ramesh Balsekar

Um mantra (*) lindíssimo, tamanha riqueza em conteúdo e profundidade. Não sei o nome, mas me lembro bem quando ouvi pela primeira vez. Um bhajan perfeito e, assim um despertar. Engraçado e maravilhoso como tudo acontece, inesperadamente tudo simplesmente surge.... e desaparece.

Em homenagem a Ramesh Balsekar (1917 - 2009), um dos maiores mestres dos Advaita Vedanta, com muito Amor e Gratidão.

(*) thank you for erinreese by the vídeo!




Acompanhe a letra original em Marathi, logo abaixo e, as traduções subseqüentes, em inglês e em português.

Marathi Language:

Namo Aadiroopa Omkaara Swaroopa
Vishwaachiya Roopa Maayabaapaa

Tuziyaa Sattene Tuze Guna Gaavoo
Tene Sukhi Raahu Sarvakaala

Toochi Shrotaa Toochi Vaktaa Jnaanaasi Anjana
Sarva Hone Jaane Tuzyaa Haati

Tuka Mhane Yethe
Naahi Mee Too Pana
Stavaave Te Kavana
Kavanaalaagi.

********************

English language:

My salutations to You,
who are beyond all forms
and who is the core of my Being

My salutations to the all pervading Consciousness
wich is the source of the entire manifestation.

By your Grace I will sing hymns praising You
and remain happy all the time.

I am totally convinced that both the talking
and listening happen by Your will.

Nothing can happen unless it is Your will.

********************

Portugues language:

Minhas saudações a Ti,
Quem está além de todas as formas,
e Quem É o núcleo de meu Ser

Minhas saudações a todos os que permeiam a Consciência
a qual é a Fonte de toda a manifestação.

Por tua Graça cantarei hinos louvando a Ti,
e continuar a ser feliz o tempo todo.

Estou totalmente convencido de que tanto o falar
quanto o ouvir acontecem por Sua vontade.
Nada pode acontecer a menos que seja a Sua vontade.

domingo, 15 de novembro de 2009

O ego realmente existe?

E perguntaram para Sri Bhagavan Ramana Maharshi:

D: E como o ego surge?
B: Não existe ego. Se existisse você teria que admitir a co-existência de dois "eus" em você. Portanto, também não existe ignorância. Se você investigar dentro do Eu*, a ignorância, que já é não-existente, vai ser vista como tal e então você dirá que ela sumiu.

Às vezes, o ouvinte tinha a impressão que a ausência de pensamentos é um mero "vazio mental", e por isso Bhagavan tinha o cuidado de alertá-los sobre esse ponto.

B: A ausência de pensamentos não significa um vazio. Alguém deve estar consciente desse vazio. Conhecimento e ignorância são duais e pertencem apenas à mente - o Eu Real está além de ambos. Ele é pura Luz. Não é necessário que um eu veja o outro. Não existem dois eus. O que não é o Eu é apenas não-Eu, e não pode ver o Eu. O Eu Real não possui visão ou audição, mas está além deles brilhando sozinho como pura Consciência.

(...)

B: O indivíduo que identifica a sua própria existência com a existência da vida no corpo físico, o torna como "eu", é chamado de ego. O Eu Real, que é Pura Consciência, não tem sentimento de ego ligado ao corpo. Nem pode o corpo físico, (...) ter esse sentimento de ego. Entre os dois, ou seja, entre o Eu ou Pura Consciência e o corpo físico, surge misteriosamente a sensação do ego, ou noção do "eu", este híbrido que não é nenhum dos dois e que floresce como ser individual. Este ego ou ser individual é a raiz de tudo o que é fútil e desagradável na vida. Por isso ele deve ser destruído por qualquer meio possível, então permanece apenas o brilho d'Aquilo que sempre É.

(*): em inglês, o termo usado para este Eu (com E maiúsculo) é Self ou Atma e refere-se ao Eu Real, ao Eu que não pode ser tocado, ao Eu que não se vê com os olhos e que permanece sempre Puro.


Os Ensinamentos de Ramana Maharshi em Suas Próprias Palavras.
Editora Advaita (Arthur Osborne)

domingo, 8 de novembro de 2009

Tudo é a Vontade Divina acontecendo

Enquanto me observo, percebo AQUELE que tudo vê e que permanece sempre o mesmo. Não indiferente às minhas ações, porque no fundo, a cada dia que passa, percebo que eu não faço absolutamente nada, exceto aquilo que é a Vontade de Deus. Isso tudo refere-se aquilo sobre QUEM está realmente no controle de tudo!

Lendo Ramesh Balsekar, começa a surgir um outro discernimento acerca de toda esta realidade. Incrível como tudo acontece e, como está escrito lá: "eventos acontecem, ações são feitas, mas não tem nenhum individuo que age"... difícil a compreesão, pois assim perdemos totalmente o livre-arbítrio!

Aos poucos, sinto que isso começa a fazer sentido gradualmente, principalmente após rever as mudanças que aconteceram comigo neste ano: isentas de um desejo profundo, mas movido por Algo... onde estou, o que faço e, portanto para onde vou, deve ser sempre a Vontade Divina... os caminhos estão lá, as pessoas, e a vida acontecendo e pronta para tudo!

"(...) aceite ou não, essa é a vontade de Deus (...) Que você aceite a vontade de Deus ou você não aceite a vontade de Deus, isso tambem é a vontade de Deus!" [Ramesh Balsekar]

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Deixe ser como quer seu Ser...

Tudo que me inclui e o que quer que eu incluo fazendo são experiências incríveis, mas talvez sejam apenas momentos bem próximos de quaisquer outros. Não importa muito o meu "fazer", porque este Ser permanece sempre intacto e puro. Talvez seja melhor apenas observar por detrás da tela mental, que distorce a realidade como ela é e não me identificar com ela.

Investigar por si só se é possível perceber o meu próprio Ser, que não se altera jamais, é o maior conforto que a existência pode me proporcionar.

Portanto, não me preocupo como foi ou como será, porque no fundo, tudo continua sereno e tranquilo.

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