domingo, 24 de outubro de 2010

Não há nada para realizar

  Isso. Não há nada para realizar. Tudo já está realizado, inclusive você mesmo. Descobrir a natureza do próprio ser só pode acontecer quando há retorno para dentro de si, com toda força. A atenção total deve ser desviada para si mesmo, longe de todas as externalidades produzidas pela mente.

John Sherman retrata de forma simples e direta o conhecimento mais elevado na forma de ensinamento de Ramana Maharshi:

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Há apenas você mesmo. A sensação cotidiana e mundana de "mim mesmo" pode desaparecer e transformar-se. Isso que é permanente, ao contrário de tudo mais. Isso que jamais se moveu, nunca mudou nem um milésimo, em toda a sua vida. Como pode ser difícil descobrir o que é permanente?

Tudo, toda experiência pode ser previamente eliminada. A experiência do corpo, do pensamento, da emoção, as experiências de enlevo, de pesar, de raiva, em suma, tudo que é impermanente. A experiência da consciência oceânica, de bem-aventurança, de consciência divina, de paz, nada disso pode ser o que você está procurando. 

O que você busca é o que é permanente, o que nunca mudou, o nunca se moveu, o que é absolutamente inevitável. Acordado, adormecido, você está presente. Sempre o mesmo.

Esta investigação consiste em usar toda a energia de sua vida para descobrir a verdade do seu ser, em vez de desperdiçá-la em todos os outros objetos nos os quais desperdiçamos nossa atenção. (...). Ramana Maharshi diz que a própria investigação é a auto-realização. É a consciência atenta, alerta e ciente de si mesma como ser eterno.


Não se pode alcançar a realização, porque você já É realização. Ninguém pode lhe dar a realização, nem tirá-la de você. Para você cumprir o objetivo de sua vida, é necessário apenas manter a sua atenção incessantemente voltada para dentro, para "eu". Voltada para esse sentido de "mim mesmo" que esteve e estará com você durante a sua vida inteira. Esta sensação de "mim mesmo", que é inevitável e inatingível, e que é exatamente a mesma para todos. Não muda para ninguém, todos a possuem.

Há duas maneiras de se abordar isto e elas são idênticas. Uma maneira é render-se absolutamente, que significa neste instante, agora mesmo, neste momento, parar de pensar. Abandonar todo sentido de si mesmo como um indivíduo. Mas quem é que consegue fazer isso? 

A outra maneira é descobrir quem você é. Busque incessantemente somente a si mesmo. Nada mais, apenas a si mesmo. Se parar de pensar, se abandonar todo sentido de si mesmo como um indivíduo, você descobrirá a si mesmo, tal como você é. Concentre toda a sua energia, todo o seu talento e intelecto no objetivo de descobrir, direta e imediatamente, a verdade de sua natureza, para desaparecer como indivíduo. Na verdade, você não desaparece, porque "você" nunca existiu, você sempre foi e sempre será. É isso que torna tudo tão fácil.

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Portanto, a única e verdadeira realidade é a sua própria existência ou você mesmo enquanto Consciência.

Om.

sábado, 23 de outubro de 2010

Divinamente tudo acontece

  Como surge o sofrimento e/ou a tristeza? 

Só podem aparecer no nível mental, ou seja, a partir do momento em que cada pensamento surge e se torna "verdadeiro". Uma situação passada triste não deveria nos fazer infeliz, devido sua inexistência no presente. No entanto, a infelicidade aparece quando algum pensamento desagradável surge a respeito de uma situação retrospectiva. 

Portanto, É a perda do momento presente que nos torna infeliz, em função de um retorno inconsciente pela ideia de um passado inexistente. Ou seja, é o retorno pela memória condicionada. A mente costuma dar voltas em torno daquilo que foge do presente. É de sua natureza. E também faz parte da consciência do ser o próprio estado mental, agitado ou silencioso, assim como faz parte também do ser habitar inúmeros corpos para experienciar infinitas possibilidades.

Enxergar o mundo sob a perspectiva de outros mundos (outras pessoas), tudo se iguala, sejam nos sentimentos, sejam nas emoções, pré-conceitos e julgamentos. O outro está ali e mesmo diferente no nível da forma e da superfície, seu coração pulsa igualmente.

Quando deixamos, abandonamos a ideia e a memoria ao passado, seja agradável ou desagradável, deixamos de conduzir e passamos a ser conduzidos pela Graça inabalável que habita o corpo, pois mesmo sem saber, divinamente tudo acontece e É como é.


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