domingo, 13 de março de 2011

Não há nada para se obter ou saber

  TP: Não há "ninguém" que possa fazer alguma coisa e não há "nada" que precisa ser feito ou que necessariamente precisa ser conhecido! Nunca houve ninguém a fazer nada. O equívoco disso tudo e que nos mantém firmes é a ideia de que devemos fazer algo ou a ideia de que "nós" precisamos fazer alguma coisa. Por que precisamos fazer alguma coisa? Tudo É apenas o que está acontecendo. Tudo é imaculadamente completo e sem necessidade.

Então, do que devemos estar cientes? 

TP: De nada (risos). Aqui está novamente a ideia da obrigação de ter que estar ciente, que no fundo, é um estado transitório. Tudo é apenas o que está acontecendo. A ideia de ter que estar ciente de algo é uma armadilha. A consciência da necessidade de que precisamos de outra(a) pertence a história do dualismo... na verdade, não há outro. 

Mas o que está acontecendo muda o tempo todo, ela muda de segundo a segundo. Isto não é constante. 

TP: Sim. Certamente parece mudar, mas tudo apenas "parece" mudar ou parece ser diferente ou parece estar à parte de tudo que é. Tudo o que acontece está aparentemente mudando ou acontecendo. 

Então, onde está a constância dos fatos? 

TP: O que é constante é o Ser, e ISTO está em toda parte e em todos os lugares ao mesmo tempo. O que está acontecendo é que está surgindo e se movimentando o tempo todo. E o SER é tudo o que existe. 

E onde eu estou em relação ao que está acontecendo? 

TP: Você não é. Não há ninguém aí. Não há nenhuma relação, nenhum tipo de relacionamento. Tudo o que há, está na ideia de um "eu" que surge no SER. 

Hmm-mm (risos). Bem, e qual é o valor de saber isso? 

TP: Nada mesmo. Não há absolutamente nada a oferecer aqui. Não há nenhum valor, nada está em oferta. A coisa mais surpreendente que possa advir disto não é nada. Se você sair daqui com algo, então você ainda está se identificando com alguém e com alguma coisa"Agora eu tenho isso. Este negócio é meu para fazer algo com". Se há uma audiência real ouvindo isto, é para ser visto que não há nada para se obter ou saber. Será apenas aparentemente o que está acontecendo.


Não há lugar algum para ir. Não há nenhum objetivo. Não há prêmio algum. Tudo o que há de ser, é ISTO. Mas a diferença entre apenas SER o que está acontecendo e a verdadeira noção de que ISTO está acontecendo com você, é imensurável.


Tony Parsons (Book Extracts)

quarta-feira, 9 de março de 2011

O sofrimento só existe porque você se identifica com ele

  Para que serve a não-dualidade, descrita como "certo x errado", "bom x mau", "bonito x feio".... e como tudo isso se encaixa na dissolução do sofrimento?

Não existe uma resposta, pois a não-dualidade não "serve" absolutamente para nada. O que existe é APENAS a VERDADE. E a verdade é que todas as coisas assim chamadas "más" nunca aconteceram para um "você". Assim como as coisas assim chamadas "boas" também nunca aconteceram para um outro 
"você". 

Quem você É realmente, é espiritual em substância. Não há verdade na matéria. O seu verdadeiro Ser é totalmente benígno e perfeito. Você não tem um "ego" humano. E não ter um "ego", significa não ter sofrimento, pois o sofrimento só existe quando há um "corpo-mente" identificado pelo "eu" para sofrer.



Mandi Solk (adaptado)

O que é Yoga?

   Definir o termo "yoga" pode ser tão difícil quanto querer relativizar o Absoluto, assim como quando queremos definir Deus ou Amor. As razões desta comparação podem ser encontradas na tradução da raiz sânscrita "yug" que significa, segundo Iyengar (1966): "atar", "reunir", "ligar", "unir". Mas atar o que? Reunir o que? Unir o que? O mesmo autor apresenta como sendo a "verdadeira união de nossa vontade com a vontade de Deus", representando todas as forças do corpo, da mente e da alma com Deus.


Para todos nós, ansiosos por uma paz mais verdadeira e profunda, a yoga inclui uma disciplina que exige esforço. Todo yogue, toda yoguine, que se esforça deliberadamente para controlar a sua mente, o ego e o intelecto, na base da prática sincera e da humildade, todos são recompensados por uma realização mais plena e duradoura.


Interessante é observar que na prática de yogasanas, todo nosso esforço acontece fisicamente para "separar" os membros superiores dos inferiores, esticar lado direito, alongar o lado esquerdo, girar, crescer. Evidentemente, com bastante sentido, tudo isso acontece na prática com ação no plano sutil, pois para "unirmos", é preciso conhecermos o que está "separado". E, os asanas acabam tendo como finalidade este encontro, do corpo com a mente, da mente com o espírito, do espírito com Deus. 


Yoga chitta vrtti nirodhah é o aforismo do primeiro capítulo dos Yoga Sutras de Patanjali que descreve a yoga como: a cessação (supressão) das flutuações (modificações) da mente (consciência). Então, yoga pode significar também um método segundo qual a mente incansável, descansa ou é acalmada, a partir do direcionamento dos pensamentos para canais sutis, representando a dissolução ou a amenização dos conflitos existentes neste estado pensante.


A prática de yogasanas pode nos revelar também momentos de libertação, a partir do contato mental com as sensações agradáveis e desagradáveis que o asana proporciona no corpo. Na observação dessas sensações do corpo, de forma consciente e sem reações impulsivas diante do (des)conforto provocado pelo asana, pode-se purificar a mente, se libertando dos samkaras, dos condicionamentos e das amarras e pregações mentais. A atitude não-reativa ajuda na purificação da mente, devido nossa ação consciente ser movida pelo momento presente, pelo aqui agora.

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