quarta-feira, 9 de março de 2011

O que é Yoga?

   Definir o termo "yoga" pode ser tão difícil quanto querer relativizar o Absoluto, assim como quando queremos definir Deus ou Amor. As razões desta comparação podem ser encontradas na tradução da raiz sânscrita "yug" que significa, segundo Iyengar (1966): "atar", "reunir", "ligar", "unir". Mas atar o que? Reunir o que? Unir o que? O mesmo autor apresenta como sendo a "verdadeira união de nossa vontade com a vontade de Deus", representando todas as forças do corpo, da mente e da alma com Deus.


Para todos nós, ansiosos por uma paz mais verdadeira e profunda, a yoga inclui uma disciplina que exige esforço. Todo yogue, toda yoguine, que se esforça deliberadamente para controlar a sua mente, o ego e o intelecto, na base da prática sincera e da humildade, todos são recompensados por uma realização mais plena e duradoura.


Interessante é observar que na prática de yogasanas, todo nosso esforço acontece fisicamente para "separar" os membros superiores dos inferiores, esticar lado direito, alongar o lado esquerdo, girar, crescer. Evidentemente, com bastante sentido, tudo isso acontece na prática com ação no plano sutil, pois para "unirmos", é preciso conhecermos o que está "separado". E, os asanas acabam tendo como finalidade este encontro, do corpo com a mente, da mente com o espírito, do espírito com Deus. 


Yoga chitta vrtti nirodhah é o aforismo do primeiro capítulo dos Yoga Sutras de Patanjali que descreve a yoga como: a cessação (supressão) das flutuações (modificações) da mente (consciência). Então, yoga pode significar também um método segundo qual a mente incansável, descansa ou é acalmada, a partir do direcionamento dos pensamentos para canais sutis, representando a dissolução ou a amenização dos conflitos existentes neste estado pensante.


A prática de yogasanas pode nos revelar também momentos de libertação, a partir do contato mental com as sensações agradáveis e desagradáveis que o asana proporciona no corpo. Na observação dessas sensações do corpo, de forma consciente e sem reações impulsivas diante do (des)conforto provocado pelo asana, pode-se purificar a mente, se libertando dos samkaras, dos condicionamentos e das amarras e pregações mentais. A atitude não-reativa ajuda na purificação da mente, devido nossa ação consciente ser movida pelo momento presente, pelo aqui agora.

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