sábado, 19 de julho de 2008

liberdade

"A liberdade não é uma reação, nem tão pouco uma escolha. É pretensão do ser humano pensar ser livre por que pode escolher. Liberdade é observação pura sem direção, sem medo de castigo ou recompensa. A liberdade não tem motivo: ela não se acha no fim da evolução humana e sim, no primeiro passo de sua existência. Mediante a observação começamos a descobrir a falta de liberdade. A liberdade reside na percepção, sem escolha, de nossa existência, da nossa atividade cotidiana.

O pensar é tempo. Ele nasce da experiência e do conhecimento, coisas inseparáveis do tempo e do passado. O tempo é o inimigo psicológico do homem. Nossa ação baseia-se no conhecimento, portanto no tempo, e desse modo, o ser humano passa a ser um eterno escravo do passado. O pensamento é sempre limitado e, por conseguinte, vivemos em constante conflito e numa luta sem fim. Não existe evolução psicológica.

Quando o homem se tornar consciente dos movimentos dos seus próprios pensamentos, ele verá a divisão entre o pensador e o pensamento, entre o observador e a coisa observada, entre aquele que experimenta e a coisa experimentada. Ele descobrirá que esta divisão é uma ilusão. Só então haverá observação pura, significando isso percepção sem qualquer sombra do passado ou do tempo. Este vislumbre atemporal produz uma profunda e radical mutação em nossa mente.

A negação total é a essência do positivo. Quando há negação de todas aquelas coisas que o pensamento produz psicologicamente, só então existe o amor, que é compaixão e inteligência.”

(Esta exposição foi originalmente escrita por J. Krishnamurti, em 21 de outubro de 1980, publicada no livro "Krishnamurti: Os Anos de Realização", de Mary Luthyens)

Nenhum comentário:

Review

Posts relacionados que você também poderá gostar